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As redes sociais têm muita força, mas os jovens ainda veem a escola como espaço confiável de conhecimento, diz Ana Melo

As redes sociais se consolidaram como principal fonte de informação para crianças e adolescentes no Brasil. O relatório TIC Kids Online Brasil 2023 (Cetic.br/NIC.br) mostra que 93% dos jovens entre 9 e 17 anos usam a internet todos os dias. O celular é o dispositivo preferido por 81% deles, e plataformas como YouTube (88%) e WhatsApp (74%) lideram o acesso, ambas frequentemente associadas à circulação de fake news.

Mas para a diretora do Colégio Vitória, em Ilhéus, Ana Melo, apesar da força das redes sociais, os jovens ainda veem a escola como espaço confiável de conhecimento.

“Em meio ao excesso de dados e à desinformação, a escola se destaca por oferecer saberes construídos de forma crítica, ética e contextualizada”, afirma. De acordo com Ana Melo, há pesquisas que confirmam que estudantes valorizam o que aprendem, especialmente quando encontram professores acolhedores e atualizados. Mas, para manter essa credibilidade, a escola precisa cultivá-la constantemente, promovendo diálogo, estimulando o pensamento crítico e se posicionando com responsabilidade em defesa da ciência e da verdade.

O Colégio Vitória foi a primeira instituição de ensino da região a não permitir o uso do celular em sala de aula. O resultado é positivo. Na avaliação da educadora, é preciso haver muita cautela no uso da ferramenta. “Se, por um lado, a escola busca promover reflexão, por outro, as redes exercem enorme influência na formação da opinião dos jovens. Elas impõem padrões de comportamento, alimentam a cultura do cancelamento e do linchamento virtual e criam uma ideia distorcida de perfeição que afeta a autoestima, o pensamento crítico e as relações sociais”, alerta.

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Na visão de Ana, o perigo, muitas vezes, está na omissão sobre o problema que o uso permanente causa. “Uma escola que não assume papel ativo no combate à desinformação corre o risco de formar estudantes vulneráveis a fake news, intolerância e manipulações ideológicas. Ao se omitir, ela enfraquece o pensamento crítico, compromete a cidadania e perde relevância como referência ética e formadora no mundo atual”, explica.

A exposição precoce e constante à desinformação, segundo a educadora, traz consequências preocupantes, pois compromete a capacidade de distinguir fatos de opiniões, enfraquece a autonomia intelectual, dificulta o desenvolvimento do pensamento crítico e pode naturalizar discursos de ódio, racismo, machismo ou negacionismo. “Na prática, isso significa ensinar os alunos a avaliar fontes e identificar manipulações, compreender os algoritmos que criam bolhas de opinião e desenvolver a empatia e responsabilidade ética no uso das redes. É essencial trabalhar de forma interdisciplinar, analisando discursos, comparando fontes e até simulando checagens de informação. Assim, os estudantes aprendem a consumir conteúdo e refletir sobre ele”, assegura.

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