O Hospital Geral Costa do Cacau, localizado no sul da Bahia, celebra seus sete anos de existência, consolidando-se como um dos principais centros de saúde da região. No entanto, este marco importante é marcado por um cenário de crise financeira e precarização das condições de trabalho. Profissionais da saúde denunciam atrasos salariais frequentes, com pagamentos sendo feitos apenas após greves organizadas pelo sindicato. Esses atrasos de salário variam entre 15 e 20 dias, comprometendo a qualidade de vida dos trabalhadores.
Um técnico de enfermagem, que preferiu não se identificar, relatou as dificuldades enfrentadas, como o atraso no salário de novembro, a falta de previsão para o pagamento do décimo terceiro e de dezembro. De acordo com os relatos, a situação piora devido à disputa entre a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e o Instituto de Gestão e Humanização (IGA), que agrava ainda mais as condições de trabalho e atendimento.
Embora a crise impacte negativamente o dia a dia dos funcionários, o Hospital Geral Costa do Cacau continua sendo elogiado pelos pacientes e familiares, que destacam a excelência da estrutura e o profissionalismo da equipe. Sr. Diógenes Matos, 72 anos, internado na UTI 01, parabenizou os profissionais de saúde pelo tratamento de qualidade que está recebendo. “Estou sendo super bem tratado e acolhido pelos enfermeiros, enfermeiras e médicos”, afirmou. No entanto, a crise também tem afetado a frequência dos trabalhadores, muitos dos quais não conseguem custear o transporte devido aos salários atrasados, priorizando suas despesas pessoais. A pressão psicológica e a sobrecarga de trabalho aumentam as tensões, e o sindicato da categoria já convocou uma assembleia para a próxima segunda-feira (16), com o objetivo de discutir as possíveis mobilizações para combater essa situação.
Os profissionais da saúde exigem visibilidade para os problemas enfrentados e solicitam medidas urgentes para resolver a crise, que não compromete apenas os trabalhadores, mas também a qualidade do atendimento à população. O caso expõe os desafios estruturais da gestão da saúde pública no estado da Bahia, evidenciando a necessidade de mudanças urgentes para garantir a sustentabilidade e o bom funcionamento das instituições de saúde pública. Até o momento, tanto a Sesab quanto o IGA não se manifestaram sobre o caso.