O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio (HMIJS), em Ilhéus, dá um grande passo rumo à inclusão e ao acolhimento das pessoas com deficiência auditiva. A partir de fevereiro, o hospital iniciará um curso de capacitação para seus colaboradores, que envolverá a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Esta ação, que visa melhorar a comunicação com pacientes surdos, será ministrada pelos internos de Medicina da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Webert Joaquim Mendes e Débora Santiago de Mello. O treinamento, que faz parte de um projeto integrado com o Núcleo de Educação Permanente (NEP) do hospital, abrangerá profissionais da recepção, segurança, ginecologia, obstetrícia e pediatria, e é o primeiro do tipo na região.
A iniciativa, além de ser pioneira, reflete a importância da humanização no atendimento médico. Segundo Débora, Libras é mais do que uma tradução do português; é uma cultura própria, o que torna o aprendizado ainda mais relevante para a prática médica. O projeto nasceu de uma experiência vivida pelos estudantes da UESC, que perceberam a falta de conteúdo sobre a utilização de Libras na saúde. Com o apoio do professor Wolney Almeida, eles desenvolveram um glossário médico e uma cartilha com informações da área, que serão aplicados diretamente no hospital. Além disso, o projeto já foi reconhecido com prêmios por sua contribuição à inclusão social e ao aprimoramento do atendimento hospitalar.
A diretora-geral do HMIJS, Domilene Borges, destaca que esse projeto fortalece a política de acolhimento e humanização da unidade, que é 100% SUS e atende a princípios como universalidade, equidade e integralidade. A capacitação de profissionais da saúde para lidar com situações específicas, como a comunicação com pacientes surdos, é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e promover a cidadania de todos os pacientes, independentemente de suas condições. Essa ação é mais um passo para tornar o hospital um ambiente mais inclusivo, justo e acessível para todos.