O clube Barcelona de Ilhéus está no centro de uma polêmica judicial envolvendo o ex-jogador Felipe Guilherme, que defendeu a equipe em 2023. O atleta ingressou com dois processos na Justiça, alegando sérias irregularidades trabalhistas e cobrando mais de R$ 1 milhão em indenizações por danos causados durante o vínculo com o clube.
No primeiro processo, Felipe denuncia um esquema de fraude salarial, onde parte de seus vencimentos era paga como “direito de imagem” — prática comum, porém irregular quando utilizada para mascarar o salário real. A manobra teria prejudicado diretamente o cálculo do benefício recebido pelo jogador junto ao INSS, pois o valor registrado em carteira estava abaixo do montante efetivamente pago.
Além da questão trabalhista, o atleta também pleiteia indenização por danos morais e materiais, após ter arcado com mais de R$ 17 mil em despesas médicas e fisioterapêuticas do próprio bolso. Os gastos decorreram de uma lesão sofrida durante o contrato com o clube, sem qualquer suporte financeiro por parte da instituição.
No segundo processo, Felipe busca responsabilizar o Barcelona de Ilhéus pela grave lesão — uma ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho direito) — sofrida em março de 2023. A contusão, considerada grave no meio esportivo, comprometeu significativamente sua carreira profissional.




Diante da gravidade da situação, o jogador solicita uma pensão mensal compensatória referente à perda parcial de sua capacidade de trabalho como atleta. O valor requerido chama atenção: R$ 1.080.000,00, equivalentes a 15 anos de indenização pagos em cota única.
O Escritório responsável pela causa milionária é a Lucas Silva Advocacia Desportiva, com sede em Juiz de Fora (MG), mas atuação em todo o território brasileiro. Desde 2014 em atuação, Dr. Lucas já defendeu mais de 2000 atletas e recuperou mais de R$ 10 milhões em defesa de jogadores. Dentre os nomes mais conhecidos no cenário nacional, o escritório atua ao lado do ex-atleta Hudson (ex-São Paulo e Fluminense), Tartá (ex-Fluminense), Daniel Amorim (ex-Vasco), dentre outros.
A direção do Barcelona de Ilhéus ainda não se manifestou oficialmente sobre os processos. No entanto, o caso levanta um alerta sobre a situação contratual de atletas no futebol brasileiro, especialmente em clubes de menor expressão, onde irregularidades trabalhistas ainda são frequentes e, muitas vezes, ignoradas.