Na quarta-feira, 04 de dezembro de 2024, o Tribunal do Júri da Comarca de Ilhéus condenou Edivan Moreira da Silva, conhecido como “Van de Moreira”, a 13 anos de prisão em regime fechado. A sentença foi proferida pelo assassinato de Adenilson Silva Nascimento, também conhecido como Pinduca, um líder indígena tupinambá de 55 anos. O crime ocorreu em maio de 2015, na comunidade de Sapucaeira, localizada na estrada entre Ilhéus e Una. Durante o julgamento, foi confirmada a responsabilidade de Edivan pela tentativa de homicídio contra Zenaildes Menezes Ferreira, esposa de Pinduca, que sobreviveu ao ataque.
As investigações indicaram que o assassinato foi motivado por uma disputa fundiária envolvendo os indígenas tupinambás e a Fazenda Boa Esperança, que foi retomada pela comunidade em 2013. O Ministério Público Federal (MPF) denunciou Edivan em 2019, afirmando que o crime foi uma emboscada premeditada. Segundo a denúncia, três homens encapuzados participaram do ataque, mas apenas Edivan foi identificado e levado a julgamento. No momento do crime, Pinduca foi atingido por disparos à queima-roupa enquanto voltava para casa com sua família. Zenaildes, que carregava a filha de um ano no colo, foi baleada, mas sobreviveu ao fingir estar morta. A mulher foi uma testemunha-chave do caso, relatando o assassinato de seu marido e o sofrimento causado pelos tiros.
O julgamento trouxe à tona o crescente problema da violência contra comunidades indígenas na região, destacando a luta por justiça e a impunidade que tem marcado o histórico de conflitos fundiários. Embora a sentença tenha sido dada, a defesa de Edivan já anunciou que recorrerá da decisão. O caso evidencia a persistência da violência no campo e a necessidade de proteger os direitos territoriais das comunidades indígenas.