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Lideranças indígenas aprovam modelo especializado de atendimento aos Povos Originários no HMIJS


Único hospital na Bahia habilitado para atendimento especializado aos Povos Indígenas, o Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, recebeu, nesta quinta-feira (05), a sua primeira visita de monitoramento e escuta para avaliar o Incentivo de Atenção Especializada conquistado em março deste ano junto ao Ministério da Saúde.
O encontro reuniu diretoria, trabalhadores da unidade, lideranças indígenas da região e representações do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) da Bahia e da Secretaria Estadual da Saúde (Sesab). A constatação é de que a resposta que os povos indígenas estão dando sobre o atendimento é muito satisfatória e o modelo implementado nos últimos meses deve servir como referência para a implantação de projetos idênticos em outras regiões do estado. A Bahia possui 34 etnias distribuídas em seu território.


Orgulho


“É claro que será preciso respeitar as especificidades de cada região, mas enquanto serviço de saúde do SUS, é preciso reconhecer que se trata de uma experiência exitosa e a resposta que temos das comunidades, os comentários que ouvimos, é que a gente tem na Bahia uma unidade que nos orgulha e atende as necessidades culturais destes povos”, reconhece a enfermeira Uli Tupiná, referência da área técnica de saúde dos povos indígenas da Sesab.
O HMIJS – que nesta sexta-feira (06) completa três anos de funcionamento -, foi habilitado pelo Ministério da Saúde para atendimento especializado aos Povos Indígenas, em março deste ano. Esta primeira visita de monitoramento e escuta tem a função de orientar a oferta qualificada para atender as especificidades dos povos indígenas no estado.
“O sentimento é de dever cumprido, de coroar um trabalho que vem sendo feito desde 2022 quando a Sesab iniciou um diálogo com a Fundação Estatal Saúde da Família (FESF SUS), entidade gestora do hospital, e quando foi aceito, de imediato, o projeto de implantação e implementação o plano do incentivo, ofertando um cuidado diferenciado, também, na média e alta complexidades”, lembrou Uli.

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Processo de Saberes


Para a Assistente Social Danila Santos, do DSEI Bahia, o modelo do HMIJS é referência e um projeto muito bem-sucedido. Trata-se de uma ação que perpassa pela integração do processo de saberes, conquistado durante visita que as equipes do hospital fizeram a diversas aldeias da região. “Essa troca de experiências foi fundamental para o sucesso do programa”, salienta.


Com a aprovação do programa, o Hospital Materno-Infantil iniciou a implantação das diretrizes gerais, que vão desde a melhoria no acesso das populações indígenas ao serviço especializado; adequação da ambiência conforme as especificidades culturais; e ajuste de dietas hospitalares considerando os hábitos alimentares de cada etnia. A iniciativa conta ainda com o acolhimento e humanização das práticas e processos de trabalho dos profissionais em relação aos indígenas e demais usuários do SUS, considerando a vulnerabilidade sociocultural e epidemiológica de alguns grupos. Já nasceram na unidade, 350 bebês indígenas.


Comunicação e Qualificação


Segundo o projeto, também estão previstos o estabelecimento de fluxo de comunicação entre o serviço especializado e a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, por meio das Casas de Saúde Indígena (CASAI) e a qualificação dos profissionais que atuam nos estabelecimentos que prestam assistência aos povos indígenas quanto a temas como interculturalidade.
O Brasil tem quase 1,7 milhão de indígenas, segundo os dados divulgados pelo IBGE. Com 229.103, a Bahia conta com a segunda maior população indígena no país, o que representa 1,62% dos habitantes do estado. Salvador é a segunda capital mais indígena do Brasil. No ranking das 50 cidades do Brasil com maior comunidade do grupo étnico, a Bahia ainda conta com Porto Seguro, em 14°, e Ilhéus, 21°. Entre a pesquisa de 2010 e de 2022, ocorreu em todo o Brasil um acréscimo de 88,8% no contingente absoluto de pessoas que se autodeclararam indígenas.

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Referência


O Hospital Materno Infantil Dr. Joaquim Sampaio conta com 105 leitos, destinados à obstetrícia, à gestação de alto risco, pediatria clínica, UTI pediátrica, UTI neonatal e centro de parto normal, integrados à Rede Cegonha e atenção às urgências e emergências, com funcionamento 24 horas e acesso por demanda espontânea e referenciada de parte significativa da região sul da Bahia. O investimento do estado foi de aproximadamente 40 milhões de reais, entre obras e equipamentos. Em três anos de funcionamento o HMIJS já ultrapassou a marca de 9 mil partos.

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