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“Adélia quando foi secretária nunca sentou para nos ouvir”, diz professor da UESC

“Adélia quando foi secretária nunca sentou para nos ouvir”, diz professor da UESC

A educação na Bahia está em pauta com a real possibilidade de greve nas universidades estaduais. Sem avanços na negociação com o governo, professores podem parar as atividades, expondo uma relação crítica do estado com as instituições de ensino superior.

Conversamos com um professor da UESC, o qual vamos chamá-lo de LP, preservando sua identidade, conforme solicitado.

LP conta que o descaso com as universidades começou no governo de Jaques Wagner e se intensificou com Rui Costa:

“São muitos anos de defasagem salarial, gerando ao docente 35% de perdas inflacionárias. O meu salário hoje está praticamente reduzido pela metade”.

Com a vitória de Jerônimo nas eleições de 2022, o professor revela que a expectativa da categoria era outra:

“Jerônimo é professor universitário (na Estadual de Feira de Santana) e colocou Adélia Pinheiro, ex-reitora da UESC, na Secretaria de Educação. Pensamos que a situação iria mudar, que as universidades enfim teriam uma devida atenção”.

Entretanto, a realidade frustrou o professor e seus colegas. LP diz que quando Adélia deixou a secretaria, as conversas destravaram:

“O sindicato buscou insistentemente negociar com o governo. Até tiveram algumas reuniões em 2023, mas em nenhuma delas vimos a presença da secretária de educação. Adélia nunca sentou para nos ouvir. Desde que Rowenna Brito assumiu a pasta e esteve presente nas reuniões, a negociação avançou”.

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Questionado o por quê da possibilidade de greve se houve avanço nas negociações, LP explica:

“Avançou porque de fato trocamos propostas para um plano de recomposição das nossas perdas. Antes nem isso havia. Porém, os reajustes colocados pelo governo são insuficientes e percebemos uma tentativa de enrolação, levando as discussões para um caminho sem fim. A greve deve pressionar o governo a melhorar as propostas”.

Na UESC, os professores aprovaram estado de greve e devem discutir a deflagração da greve na segunda-feira (23). As outras universidades estaduais, UNEB, UESB e UEFS, também realizarão assembleia nesta data.

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