O Censo 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou dados alarmantes sobre as condições de vida em favelas e comunidades urbanas no Brasil. Em Ilhéus, cidade localizada no sul da Bahia, aproximadamente 65 mil pessoas vivem em favelas, representando 36% da população local. Este número faz parte de um panorama mais amplo, que mostra que 16,39 milhões de brasileiros (8,1% da população do país) vivem em condições precárias em favelas e comunidades urbanas. O estudo, divulgado nesta sexta-feira (8), destaca que o Brasil possui 12.348 favelas distribuídas por 656 municípios, refletindo a desigualdade social e as dificuldades enfrentadas por milhões de brasileiros em áreas com insegurança jurídica e infraestrutura precária.
Os dados do Censo apontam que as favelas estão concentradas principalmente nas regiões Sudeste e Nordeste do Brasil. Na região Sudeste, mais da metade dos moradores de favelas (43,4%) reside, somando cerca de 7,1 milhões de pessoas. Já no Nordeste, a segunda maior concentração, encontra-se cerca de 4,6 milhões de pessoas. A maior favela do país é a Rocinha, no Rio de Janeiro, com aproximadamente 72 mil moradores. O Censo também mostra que, enquanto o Estado de São Paulo lidera com o maior número de pessoas em favelas (cerca de 3,6 milhões), o Rio de Janeiro e o Pará completam o topo da lista, com 2,1 milhões e 1,5 milhão de habitantes, respectivamente.
Esses números são um reflexo das grandes desigualdades que ainda persistem no Brasil, com uma população significativa vivendo em condições de vulnerabilidade. A pesquisa do IBGE classifica as favelas como locais com características como ausência de serviços públicos adequados, ocupação irregular de solo e risco ambiental elevado. A situação de milhares de brasileiros exige políticas públicas urgentes e eficazes para melhorar as condições de vida, garantir acesso a serviços básicos e promover inclusão social.