Estudantes de Olivença participaram de oficinas realizadas pelo artesão e artista plástico Joferson Ferreira, nos dias 24 e 25 de setembro, para produção de máscaras indígenas, com enfoque nas tradições e significados que elas representam para os povos originários. Na terça-feira (24), o trabalho foi realizado com crianças e adolescentes da comunidade indígena de Acuípe do Meio I e nesta quarta-feira (25), com adolescentes do Colégio Estadual Jorge Calmon.
A iniciativa faz parte do projeto Máscaras que Falam e contou com presenças de líderes comunitários, artistas e educadores Tupinambá. Além de aprender a confeccionar máscaras com uso de papel, cola e tintas, através da técnica da papietagem, as crianças e jovens participantes entraram em contato com a importância das pinturas corporais, instrumentos e adereços para rituais festivos, religiosos e sociais indígenas.
A líder da comunidade de Acuipe do Meio I, Josenice Souza França, demonstrou a simbologia das diferentes pinturas do corpo e a força da tradição no uso das tintas feitas com urucum, jenipapo e argila, usadas para diferentes ocasiões e objetivos. “Nada aqui acontece por acaso, tudo tem uma importância específica e faz parte da sabedoria ancestral que nosso povo transmite há séculos”, destacou.O coordenador pedagógico do Colégio Estadual Indígena Tupinambá Amotara, Cleiton França Amorim, também contribuiu com uma explanação para os estudantes sobre a função das máscaras e pintura corporal como marcas culturais dos povos indígenas, a relação das cores com a função de cada pintura e a importância da preservação dessas tradições. “São usados em rituais de cura, para identificar equipes em competições esportivas, para expressar crenças e questionamentos”, explica o pedagogo.
Também contribuíram com explanações para os estudantes, os jovens artesãos e dirigentes comunitários, Kaluanã e Anahi Tupinambá.As duas oficinas contaram ainda com as participações do ator e contador de histórias, José Delmo, e da intérprete de libras, Sara Pereira.
O projeto Máscara de Falam teve coordenação pedagógica do escritor e produtor cultural, Pawlo Cidade, e assistência técnica da artesã e dirigente do coletivo artístico Arte em Papel, Adriana Miranda. “Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.”