O piloto internacional Alexandre Mendes, que já trabalhou em grandes companhias aéreas como Latam e Gol, e atualmente atua na Europa, explicou os motivos que encarecem os bilhetes em recente entrevista para o programa O Tabuleiro, da Ilhéus Fm. Um dos fatores principais é o limite operacional do aeroporto de Ilhéus, que impede o uso total da capacidade dos aviões, resultando em prejuízos repassados ao valor das passagens. Mendes revelou que, em vez de decolar com 186 passageiros, muitos aviões saem com apenas 170 devido ao peso permitido no aeroporto, o que compromete a rentabilidade das companhias.
Além disso, a falta de equipamentos adequados de aproximação na pista de Ilhéus, como o RNP AR (Authorization Required), contribui para o aumento dos custos operacionais. Em dias de mau tempo, essa deficiência pode levar os aviões a serem redirecionados para aeroportos como o de Salvador. Mendes explicou que, com a tecnologia atual, é possível realizar aproximações precisas por GPS, sem a necessidade de um equipamento caro como o utilizado em Salvador. O RNP AR, uma tecnologia baseada em sinais de GPS, permite que os aviões se aproximem a menos de 800 metros da pista, reduzindo o número de voos alternados e melhorando a eficiência das operações. A implementação dessa tecnologia poderia diminuir as arremetidas e permitir uma operação noturna mais eficiente, além de reduzir os custos com tarifas de voos.
A adoção do sistema RNP AR em Ilhéus seria uma solução viável para melhorar a capacidade do aeroporto e reduzir os custos com passagens aéreas. Segundo Mendes, o governo brasileiro já adotou essa tecnologia em outros aeroportos do país, como Rio de Janeiro e Joinville, e é possível trazer essa inovação para Ilhéus sem custos para a prefeitura ou administração local. Com uma articulação política com o Ministério da Defesa, o aeroporto de Ilhéus poderia se beneficiar de uma operação mais eficiente e segura, com menos custos para as empresas aéreas e para os passageiros.
