Um marco na história política de Ilhéus está sendo protagonizado pelo Movimento Cultural Povos de Terreiro e Nações de Candomblé de Ilhéus (MCPTI), que lançou a primeira pré-candidatura coletiva à Câmara de Vereadores da cidade. Esta iniciativa inédita visa fortalecer a voz e a representatividade política das comunidades de axé, unindo lideranças do Candomblé em uma plataforma comum para defender seus direitos, cultura e fé no âmbito legislativo.
Composta por Taata Riá Nkisi Ykatamba (Nação Angola), Mamet’u Ndengue Kongolejy (Nação Angola), Ekedjy Sil Caldeira (Nação Ketu) e Ekèdji Odoirê Thay de Ogùn (Nação Ketu), a pré-candidatura coletiva do MCPTI simboliza a resistência e o poder de um movimento que busca garantir que as pautas das religiões de matriz africana sejam adequadamente representadas e protegidas nas políticas públicas locais.
A proposta de candidatura coletiva não apenas diversifica o cenário político local, mas também enriquece o debate com diferentes perspectivas e demandas da sociedade civil. A mobilização conjunta dos membros do MCPTI fortalece a campanha eleitoral, engajando um número maior de eleitores e ampliando o alcance da mensagem de inclusão e representatividade. Esta união demonstra um compromisso sólido com a democracia participativa e com a construção de uma cidade mais justa e igualitária.
A presença de representantes dos povos de terreiro na esfera legislativa é crucial para promover políticas que combatam o racismo, a intolerância religiosa e defendam a diversidade cultural. Além disso, eles são fundamentais na luta por direitos humanos, especialmente em favor da juventude negra, da comunidade LGBTQIA+ e de outros grupos historicamente marginalizados. A atuação destes pré-candidatos é um passo importante na direção da inclusão social e do respeito à pluralidade religiosa e étnica.