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Setembro Amarelo do Materno-Infantil é encerrado na Aldeia Igalha em encontro com indígenas Tupinambá

Único hospital habilitado pelo Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria Estadual da Saúde, para atendimento aos Povos Indígenas da Bahia, o Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio, em Ilhéus, participou na quinta e sexta-feira (26 e 27) do V Seminário de Jovens e Anciões nos Conhecimentos Tradicionais, promovido pela etnia Tupinambá, em Olivença, litoral sul do município. Na aldeia Igalha, uma equipe de multiprofissionais do HMIJS – em parceria com a equipe da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), órgão responsável por coordenar e executar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas – promoveu uma roda de conversa, seguida de apresentação teatral, sobre saúde mental, encerrando a programação do Setembro Amarelo, mês dedicado à prevenção do suicídio.

Um estudo da Fiocruz mostrou que no Brasil os indígenas tiveram a maior taxa de suicídio por 100 mil habitantes em 2022. No ano passado o país registrou 180 mortes de indígenas. A faixa etária dos 10 aos 24 anos registrou os maiores números de suicídio em todos os anos observados. “Quando, por exemplo, uma indígena sofre uma depressão pós-parto é preciso entender mais do que só aquele momento, mas toda a sua história, as condições em que vive, por isso é que estamos todos aqui, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, assistentes sociais do hospital para contribuir neste debate”, destacou a coordenadora do Serviço Social do HMIJS, Maria das Graças.

Coordenadora do Núcleo de Educação Permanente e de Indicadores de Saúde do hospital, a enfermeira Ayalla Rodrigues, lembra que o número alarmante de casos exige uma atenção especial não apenas durante a campanha do Setembro Amarelo, mas, sim, durante todo o ano. Ela destaca que as principais causas para essa realidade ocorrem pela falta de acesso a direitos básicos de saúde e assistência social, invasões territoriais, violência e abuso de bebidas alcoólicas, segundo dados e especialistas no assunto.

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O grupo de profissionais de saúde do HMIJS e da Sesai aproveitou a oportunidade para encenar um jogral, interpretando a canção “Vozes do Silêncio”, do instrumentista e compositor Carlinhos Brown. A canção retrata a importância de que falar pode mudar tudo. E que o silêncio só faz aumentar estas taxas cada dia mais preocupantes.

O reconhecimento e o abraço do povo Tupinambá ao serviço prestado pelo Hospital Materno-Infantil também ocorreram um dia antes, quando a diretora-geral da instituição, Domilene Borges, a convite das lideranças indígenas, participou da solenidade do Porancy, um ritual com danças e orações, onde os antepassados são homenageados e grandes feitos lembrados em eventos promovidos pelos Tupinambá.

O Hospital Materno-Infantil Dr. Joaquim Sampaio é a primeira maternidade 100 por cento SUS da região. Completa três anos em dezembro. Já ultrapassou a casa dos 8 mil e 300 partos. A unidade, construída pelo Governo da Bahia, é administrado pela Fundação Estatal Saúde da Família. Possui 105 leitos para obstetrícia, partos normal e de alto risco, pediatria clínica, UTIs pediátrica e Neonatal. Na unidade já nasceram mais de 300 indígenas desde a sua inauguração.

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